segunda-feira, 27 de junho de 2011

A cada um

Há dias em que um não querer muito terno
passeia pelas ruelas escuras dos dentros calados de cada um.
Às vezes aparecem sorrisos.
Às vezes se escondem soluços.
De bem perto olhado, o que parece esquisito pode deixar de ser.
E o que será de todos?
Os olhos,
             muito abertos,
espreitam o horizonte.
Nenhuma palavra dita.
O silêncio dourado dos suspiros soluça breve.
E esses corpos,
       mais breves ainda,
                desmancham-se em sentidos elegantes.
     É esse o mistério?

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Parâmetros



Recomendou que parasse de morder unhas, de falar sozinha e de olhar pro céu a noite, boquiaberta.
Depois disse que devia sempre acontecer-se de jeitos que alegrassem seu próprio coração.
A criança passou mais de 20 anos tentando adequar uma cousa a outra.

Equilibristas


Reaprender incessantemente a equilibrar-se no fio tênue da navalha da existência.
Esse o talento exigido.
Começar e recomeçar mantendo a vulnerabilidade necessária aos que não se desapercebem.
Olhar cada alvo sem esperança como os madrigais anônimos.
Deixar o barulho do choro passar sem causar auto indulgência.
Escrever sem corrigir pra não perder o sentido genuíno.
Falar pouco para ser bem ouvido.
Observar sem denuncias
Afagar sem pretensão
Gozar sem máculas
Abri-se sem perder-se
Perder sem remorso
Abandonar sem mágoa
Deixar ir pois tudo se vai
Voltar se assim é bom
(E sem que ninguém ousasse dar-se conta, apareceu um nó nas gargantas e todos os sorrisinhos foram enforcados.
Depois, algumas pessoas foram dormir com os olhos congelados enquanto outras, na cozinha, preparavam iguarias sem igual.
Na cabeça de todos uma suspeita de engodo dava voltas tontas.
Quando perguntados pelas luzes, ninguém contou.)
...Viveram iniciais pra sempre...

quinta-feira, 2 de junho de 2011

E, tem sentido escrever?
quando-sempre-nunca -tempo?
O não engano, o que pode ser? um esquisito responsável para não engajar demais?
e em vários muitos às vezes recrio. E desconverso.