sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Com licença... (poética)


         Faz sem estouvamento o que te propões a fazer.
         Enquanto os outros se preocupam em gostar e desgostar,
decidir o valor,
aceitar ou não,
apenas faz.
         Acolhe o sentido e,
                              faz.
...o que é genuíno acontece.
(com todos os méritos e deméritos que eventualmente pertençam)

sábado, 4 de agosto de 2012

Contemplando (o versejado)



        Sim. Fantástico o poder que conduz ao sorrir:
                      Pensar em pensar em uma energia dita única...
         Quando musicado o sentir, mais belo estala o pensamento (dilatado).
          Os lábios, esses do pensante, intocáveis, transbordam de êxtase quem os olha. A razão total-fenece naufragada em emoção: rompido o elo da dualidade.
                  ...porque pulsa... pulsa... peito... pulsa...
         E se fosse possível a mim (ai! que fantástico assombro seria...) impedir eventuais desabamentos (sobre os quais pareço nada influir...), os olhares (presentes) seriam um presente e, um piscar-dos-olhos-teus seria um derramar de melodias fortes, da luz que mora em tuas pupilas sagazes.

Universos Paralelos

         Entre aquilo que nega e aquilo que recoloca, o des-encontro multiplica-nos.
             Sim, é fantástico...

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Le non-faire



Dentro de algum tempo, o esperado é que
Já não pensarei assim em você.
Já não olharei ávida para todos os lugares em que você poderia estar.
Já não serei tão carinhosamente aberta aos seus pode-ser-que-venha (ou vá).
Já não ficarei boba olhando em seus olhos mesmo que seja em uma fotografia.
Dentro de algum tempo eu terei aprendido muscularmente a ineficácia de querer você.
Não importa se a esse tempo eu já queira ou não um outro corpo,
Um outro aguçador cabelo,
Um outro rir naufragador,
Um outro humor refinado,
Um outro chego - não chego.
...possivelmente você nem irá saber sobre meus tempos.
De qualquer maneira eu terei,
a custo é verdade,
esquecido do querer.
E se nesse tempo, que se fará, você tiver vontade de mim?
...possivelmente eu nem saberei.
É muito provável que você não me deixe saber de sua vontade porque, vai delirar que demorou demais e não seria justo,
Não seria elegante,
Nem amável.
Talvez você tenha medo de me fazer saber,
Se acontecer de lembrar-se-em-mim.
E assim, estará sepultando mais uma história de corpos (e ânimas).
(que não precisaria ser menos efêmera mas que poderia ter sido mais vezes tão divertida quanto)
E pergunto ainda:
-Quem ou o que se importará disso?
Nada ...
nem ninguém.
É provável (muito provável) que eu ‘nunca’ esqueça o quanto eu queria ter vivido mais intensas lindezas em nós. O quanto achei bom senti-lo. Quanto alento onírico-afetuoso você explodiu em mim.
E você, ficará pra ‘sempre’ sem saber do ris(c)o que não (o)usou brincar.