segunda-feira, 6 de junho de 2011

Equilibristas


Reaprender incessantemente a equilibrar-se no fio tênue da navalha da existência.
Esse o talento exigido.
Começar e recomeçar mantendo a vulnerabilidade necessária aos que não se desapercebem.
Olhar cada alvo sem esperança como os madrigais anônimos.
Deixar o barulho do choro passar sem causar auto indulgência.
Escrever sem corrigir pra não perder o sentido genuíno.
Falar pouco para ser bem ouvido.
Observar sem denuncias
Afagar sem pretensão
Gozar sem máculas
Abri-se sem perder-se
Perder sem remorso
Abandonar sem mágoa
Deixar ir pois tudo se vai
Voltar se assim é bom
(E sem que ninguém ousasse dar-se conta, apareceu um nó nas gargantas e todos os sorrisinhos foram enforcados.
Depois, algumas pessoas foram dormir com os olhos congelados enquanto outras, na cozinha, preparavam iguarias sem igual.
Na cabeça de todos uma suspeita de engodo dava voltas tontas.
Quando perguntados pelas luzes, ninguém contou.)
...Viveram iniciais pra sempre...

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