Era uma vez Maninha que amava João que amava Tetê
que amava Augusto e Roberto.
Augusto
não conhecia Tetê, Roberto gostava mais do violão do que de Tetê, João sabia do
amor de Maninha mas não o queria, Maninha amava João mesmo assim.
Roberto morreu de violãozite, Augusto foi embora
sem nunca olhar para Tetê que sempre olhava pra ele, João sempre olhava pra
Tetê e não olhava pra o olhar de Maninha.
Tetê
ficou louca completa e João já tinha parado de olhar para ela. Nem ficou
sabendo.
Maninha amava João e ficava triste quando percebia
que ele estava triste. Queria cuidar dele. Queria mesmo sabendo que ele não
queria querê-la do jeito que ela o queria. Maninha queria dizer a João que ele
não precisava gostar complicada e demoradamente dela, que ela queria, mesmo
assim, dar alento onírico-afetuoso a ele nas horas tristes e passar a mão em
sua cabeça e tomar chimarrão com ele e ouvi-lo e fazer comidinhas gostosas pra
aliviar sua tensão. João não conversava com Maninha e ela então usava o
discreto de não comunicá-lo de suas vontades de estar de braços abertos para qualquer
eventualidade de ser abraço para ele.
Suponho que tenham todos vivido ou morrido assim
solitários, cada qual com sua maledeta esperança.
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