domingo, 10 de outubro de 2010

Sonoros

Sonoridade,
ânsia desnuda sobre nossas cabeças.
Gemi alto e não disse adeus.
(como poderia, se estava sempre chegando?)
Engolido e inútil o ermo das horas despacito explode.
Ninguém de nós sabe ao certo quando isso teve início.
Foi numa madrugada que decidi escrevê-lo: as idéias de romper o silêncio esmiuçado já não cabiam em meu corpo tão sóbrio.
-se cuida! Ele disse (ele que é uma das pessoas desse mundo que tanto amo)
-preciso me cuidar menos eu respondi e nós rimos.
Eu não sabia o quanto de inverdade podia haver em tudo o que eu dizia e ouvia.
Os meus passos, foram-se leves e salteados (um pé menos que o outro) e eu me evadi... de novo.
Quem poderia saber agora o quanto não durmo a pensar bobagens? Você Don Juan, que nada tem a ver comigo exceto nos momentos de puro êxtase... você, o mesmo Don Juan, nos momentos em que me engolfa sôfrego nos desmelindres das palavras orgásticas e plenas de tudo o que não seja sem vitalidades?
Não, não sabemos e nem nos importaria saber... há coisas nessas vidas que estão além do alcance precário de nossas cabecinhas rápidas... há coisas que estão muito além dos cabelos que voam... há coisas que voam sozinhas pelos mundos todos a espera de compartilhamento... sabe aquelas coisas todas tortas que eu e você compreendemos sem nada saber sobre elas? ... é por isso que aceito seu jugo, porque você é malvado, sem escrúpulos, arbitrário, texturizado e suculento.
-preciso me cuidar menos eu disse e antes já tinha sentenciado que não me chamasse de idiota por escrever tanto e tão pouco. (e nós rimos).



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