sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Queria

De onde me respiro nesse agora, poucas coisas me serviriam.
Não que elas tenham nome, e nem é preciso.
Elas tem cheiro, gosto, memória.
Essas poucas coisas que agora me serviriam garimpei pelo tempo afora com faro apurado de buscadora.
Sei de alguns espaços que não quero mais estar.
Não por nenhuma arrogância, por pura simplicidade.
Leva-me contigo, às vezes digo.
Vem buscar-me me escapole da boca quando não vejo.
De lume em lume me aprecio e os olhos aqueles que infinitamente me arrebatam, desnorteiam-se calados.
Olho outra vez com a abundância da serenidade e sorrio para essas coisas.
Do meio delas surges, sem previsão de futuro e direcionas o tato a minhas possíveis permissões.
Fecho os olhos para não ver e desacordar do não sonho.
Suspiro alto e amanso as idéias.
Depois, muito depois, pode haver um outro dia que ninguém pensou em sim.
Enquanto isso sigo desvirtuada por meus próprios assombros.
Esmagando as coisas que me serviriam agora...

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