quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Timidez



Dentro do tempo ecoava  –Não me diga o que fazer!
Dentro do tempo ecoou  – Diga-me por favor o que fazer!
-Vejamos o que se pode fazer. Eis a etapa seguinte.
Na pausa da releitura, desnudando mundos, esgueirada, espreitando.
Aqueles olhos espevitados, sempre dependurados, olhando.
O auge do discurso de há muito desestabilizado.
As lacunas de tempo...
Engraçado dizem alguns.
Sofrido dizem outros uns.
Vívido, eventualmente, por supuesto.
Enquanto se vão de mãos entrelaçadas, a luz e a sombra, os olhos espiando o tempo.
Quando não se fala por intuir silêncio é luxo. Dos mais elegantes.
Quando se fala por sobra de coragem pode ser lucidez.
Que o ego dorme então. Não sobra medo.
Escrevendo desnudada é que invisto no desvestir-me, sei.
Quando a lua, soberba e nobre, brilha desafastando temporais,
há noites de choro.
Suavemente afasto os cabelos, passo as mãos pelo rosto e desassombro qualquer coisa ingênua que insiste em ser vista e sentida apesar de todos.
Nós nunca deveríamos não estar presentes.
Não vou contar isso a ninguém, ela disse.
Sim! Por favor espalhe! disse ele.
Mas não sabia, preciosamente não sabia, da beleza que tentava ela esconder...
De si mesma?

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