segunda-feira, 25 de junho de 2012

Dentro de cada um a moradia que o outro desabita e se olha não vê




Era tão ingênua que oscilava entre o desmedo de ter dito demais e o medo de  não ter sido bem clara.
      Gostava Dele de um tanto encantamento que ás vezes parecia não poder racionar e, noutras vezes tinha certeza mesmo que não podia dominar minimamente a razão quando em presença Dele.
Já lhe havia falado sobre isso de várias maneiras
Olhares
Poesias
Flores
Quitutes
Convites
E no meio do vazio em que Ele lhe deixava, embora os muitos muito obrigadas que dizia, entendia - Ela - que não havia chama a ser soprada ali, que não havia nada além do respeito que um dia Ele lhe dissera que queria levar consigo.
E no meio do vazio, quando Ele vinha lhe abraçar inteiro inteiro inteiro – e demorado – não sabia o que pensar, fazer, fugir.
Quando Ele lhe olhava no fundo dos olhos – úmidos por tanto esperar - sentia um negror contundente daqueles de perguntar o que afinal havia ali.
Quando Ele lhe deixava sem respostas nem beijos nem nada disso que faz brilhar,  Ela dizia ao silêncio (Dele):
– entendo, entendo.
Dizia:
- se me dás cuidado entro em lugares que queres fechados, vou-me nos teus dentros e quiçá não terias mais a polidez de me fazer parar. Quiçá entraria, se não me parasses, e assim não conseguirias mais ser o tão elegante que sempre.
Perguntava-se – encantada – se não teria Ele razão no meio do sorriso que não esquecera:
- você é problemática.
Teria ele dito... sem mesmo saber – que dó – da chave absolutória para o possível impasse, que era sua, (Dele), dentro dele, em posse permissiva. (Des)melindre?

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