Era tão
ingênua que oscilava entre o desmedo de ter dito demais e o medo de não ter sido bem clara.
Gostava Dele
de um tanto encantamento que ás vezes parecia não poder racionar e, noutras
vezes tinha certeza mesmo que não podia dominar minimamente a razão quando em presença Dele.
Já lhe havia falado sobre isso de várias maneiras
Olhares
Poesias
Flores
Quitutes
Convites
E no meio do vazio em que Ele lhe deixava, embora os muitos muito obrigadas
que dizia, entendia - Ela - que não havia chama a ser soprada ali, que não
havia nada além do respeito que um dia Ele lhe dissera que queria levar
consigo.
E no meio do vazio, quando Ele vinha lhe abraçar inteiro
inteiro inteiro – e demorado – não sabia o que pensar, fazer, fugir.
Quando Ele lhe olhava no fundo dos olhos – úmidos por tanto
esperar - sentia um negror contundente daqueles de perguntar o que afinal havia
ali.
Quando Ele lhe deixava sem respostas nem beijos nem nada
disso que faz brilhar, Ela dizia ao
silêncio (Dele):
– entendo,
entendo.
Dizia:
- se me dás
cuidado entro em lugares que queres fechados, vou-me nos teus dentros e quiçá
não terias mais a polidez de me fazer parar. Quiçá entraria, se não me
parasses, e assim não conseguirias mais ser o tão elegante que sempre.
Perguntava-se – encantada – se não teria Ele razão no meio
do sorriso que não esquecera:
- você é
problemática.
Teria ele
dito... sem mesmo saber – que dó – da chave absolutória para o possível
impasse, que era sua, (Dele), dentro dele, em posse permissiva. (Des)melindre?
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