sábado, 17 de novembro de 2012

Depoimento simples escrito sob elegante encanto (estilo ‘sob efeito do canto da sereia’)





Essas coisas tão boas de viver...
Corpo ficando quentinho quando antes enregelado,
Corpo ficando fresquinho quando antes cheio de quentura,
A sede sendo afogada a cada gole d’água,
O sono habitando aos poucos o ser-total no desmanchar do quase-dormir,
Os braços se irem abrindo pra receber um corpo,
O corpo no meio do abraço,
O oco preenchido do corpo que abraça,
Cheiros-aromáticos-inebriantes desnorteando os sentidos,
Gemidos involuntários explodidos por esses cheiros,
Gemidos involuntários nascidos da delicadeza selvagem do tato e do gosto na lingua,
O sorriso que diminui os olhos de puro gozo,
Olhar o corpo nu da lua deitada em pose na noite,
Cada escama arrepiada ao toque onírico-afetuoso,
O vento na pele,
Os dedos do vento nas pérolas da borboleta que mora nas encruzilhadas do polvo...

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