quinta-feira, 8 de março de 2012

Quietude



Olhando a esmo a vida, eis que perpasso a janela da casa e záz! Desdistraio-me.  Sou acordada pelo assombro.
Ai de mim... que desde sempre deixo-me assombrar, sempre, com a mesma brilhura, altura, loucura, belezura, ventura, dessas luonas das noites desse céu.
Sim poeta, sim. Vale mesmo a pena ter nascido... só por ouvir o vento dizes tu e eu emendo: e por ver a lua, e por ver a lua, e por poder ver a lua.
Ai que lua!
Ai que lua!
Ai que luxo!
E o lume me consome e sou até capaz de parar de pensar desdicências.
Fito-a e fitando-a, intuo um pouco sobre o vazio. (Ui...)
Calada de pensamentos, apenas estou.
Depois de algum tempo, em suspiro, deixo-me estar ainda mais no silêncio que antes parecia alheio a mim. Esse mergulho faz meu corpo desentender-se do que não. Um intenso sim molha um pouco os cílios com beleza. Essa, tonta de tão pura, é o único presente que posso dar.           
Alcanço-o então e se não pressinto nem vejo quem, eventualmente, o recolha, ao menos sei que está ofertado, esse meu nada.
E isso é tudo.

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